É tempo de bacalhau!
Semana passada eu enfrentei ônibus, metrô e taxistas mal humorados e fui parar na charmosa cozinha da chef Heloísa Bacellar, com mais um monte de gente legal, para comer bem e aprender sobre bacalhau!
Pois é, o Conselho Norueguês de Pesca convidou A Cozinha Coletiva a participar do evento "Os Diferentes Sabores do Bacalhau da Noruega" e conhecer um pouco sobre esse peixe que a gente só come em ocasiões especiais [uma pena, né?] e que tem uma história milenar [contada de uma forma deliciosa pela chef Heloísa].
Os vikings são considerados os descobridores do bacalhau: depois de pescados, os peixes eram secos ao vento até que ficarem tão esturricados quanto couro. Para se ter uma idéia, a reidratação durava quase uma semana! Os vikings também descobriram a técnica da salga do peixe, que ficou famosa com os bascos e suas salinas. As viagens de pesca e salga de bacalhau eram um processo secreto, lento e perigoso, e cada povo tinha seus segredos quanto ao processo e local de secagem.
Na idade média o bacalhau teve um papel muito importante na alimentação: em uma época dominada pelo catolicismo, quase um terço dos dias do ano [quaresma, sextas-feiras, etc] eram dedicados ao jejum de carne. O jeito era comer peixe, porém somente as populações litorâneas tinham acesso ao peixe fresco. Resultado: bacalhau seco, em postas graúdas nas mesas nobres e em lascas, cabeça [pois é, bacalhau tem cabeça!] e pedaços menos nobres para dar uma sustância nas sopas dos camponeses pobres.
Os portugueses, que preparam bacalhau como ninguém, trouxeram a tradição do consumo do peixe para o Brasil. Minha avó conta que, na infância dela, bacalhau seco era prato comum na mesa do pobre. É que com a Segunda Guerra e a escassez de alimentos na Europa o preço do bacalhau subiu, e o consumo mais cotidiano sofreu com isso.
Hoje, o mercado do bacalhau no Brasil tem crescido a cada ano. O Conselho Norueguês de pesca é responsável pela exportação dos peixes que são considerados "bacalhau de verdade", que se restringem a 4 tipos:
O Cod Gadus morhua é considerado o mais nobre deles. Mais alto e largo e de cor palha, é ideal para se comer em postas graúdas. Quando cozido, sua carne se desfaz em pétalas - realmente delicioso!
O Ling é mais branco e mais estreito, e vai muito bem grelhado, assado ou cozido.
O Bacalhau Saithe tem uma cor mais escura, quase um salmão pálido, quando cozido. Seu sabor é mais acentuado e é perfeito para receitas que pedem bacalhau desfiado, como bolinho, pastel e salada.
O Zarbo é o menorzinho dos peixes tipo bacalhau. Vai bem também desfiado, em sopas e bolinhos.
No evento, tivemos que provar de todos eles, preparados pela chef - imagina só que delícia! - e o legal é perceber que os tipos e preços do peixe variam muito: O Cod é claro que não é comida do dia-a-dia, mas um Saithe ou um Zarbo podem bem entrar no cardápio normal de uma cozinha.
Agora, saindo um pouco da parte séria da conversa, tenho que dizer que foi maravilhoso conhecer novos amigos blogueiros e outros velhos conhecidos do mundo virtual [né Dani e Fabi?!], e compartilhar com eles de pratos deliciosos na linda cozinha da chef Heloísa, que dividiu com a gente algumas das suas receitas, como essa que eu repasso aqui, tradicional e bem acessível.
PS: as fotos sem o logo d'A Cozinha Coletiva são de autoria do fotógrafo do evento e foram gentilmente cedidas.
Pastel de Bacalhau
[Rende 12 pastéis]
Ingredientes:
1 cebola grande picada em cubinhos;
1 dente de alho picadinho;
500g de lascas de bacalhau limpas e dessalgadas* por 12 horas [o Saithe é perfeito para a receita!];
1 folha de louro;
1/3 de xícara de amido de milho;
1 e 1/2 xícaras de leite;
1/2 xícara de azeitonas pretas em lascas;
1/2 xícara de salsinha e manjericão picadinhos;
Sal, pimeta do reino e azeite;
Massa de pastel comprada pronta;
Óleo para fritar.
Preparo do recheio:
Regue o fundo de uma panela com azeite e doure a cebola. Adicione o alho e espere perfumar. Adicione o bacalhau, mexendo até mudar de cor [ficar cozido]. Acrescente o louro e a pimenta e mantenha em fogo baixo por uns 5 minutos.
Dissolva o amido no leite e junte na panela, mexendo sem parar. Deixe ferver e engrossar.
Adicione as azeitonas, a salsinha e o manjericão. Corrija o sal e a pimenta, retire do fogo e deixe esfriar.
Montagem:
Coloque 1 colher de sopa em casa quadrado de massa de 12cm. Umedeça as bordas com água, dobre a massa e feche, pressionando a beirada com um garfo. Para não ressecar, cubra os pasteis montados até a hora de fritar.
Frite os pastéis de 2 em 2, em óleo quente e dos dois lados, até estufarem e dourarem. Escorra em papel absorvente e sirva quentinho!
{a chef Heloísa Bacellar e sua cozinha maravilhosa}
Na idade média o bacalhau teve um papel muito importante na alimentação: em uma época dominada pelo catolicismo, quase um terço dos dias do ano [quaresma, sextas-feiras, etc] eram dedicados ao jejum de carne. O jeito era comer peixe, porém somente as populações litorâneas tinham acesso ao peixe fresco. Resultado: bacalhau seco, em postas graúdas nas mesas nobres e em lascas, cabeça [pois é, bacalhau tem cabeça!] e pedaços menos nobres para dar uma sustância nas sopas dos camponeses pobres.
Os portugueses, que preparam bacalhau como ninguém, trouxeram a tradição do consumo do peixe para o Brasil. Minha avó conta que, na infância dela, bacalhau seco era prato comum na mesa do pobre. É que com a Segunda Guerra e a escassez de alimentos na Europa o preço do bacalhau subiu, e o consumo mais cotidiano sofreu com isso.
Hoje, o mercado do bacalhau no Brasil tem crescido a cada ano. O Conselho Norueguês de pesca é responsável pela exportação dos peixes que são considerados "bacalhau de verdade", que se restringem a 4 tipos:
O Cod Gadus morhua é considerado o mais nobre deles. Mais alto e largo e de cor palha, é ideal para se comer em postas graúdas. Quando cozido, sua carne se desfaz em pétalas - realmente delicioso!
O Ling é mais branco e mais estreito, e vai muito bem grelhado, assado ou cozido.
O Bacalhau Saithe tem uma cor mais escura, quase um salmão pálido, quando cozido. Seu sabor é mais acentuado e é perfeito para receitas que pedem bacalhau desfiado, como bolinho, pastel e salada.
O Zarbo é o menorzinho dos peixes tipo bacalhau. Vai bem também desfiado, em sopas e bolinhos.
{O Cod Gadhus morhua, o Saithe e o Ling}
Agora, saindo um pouco da parte séria da conversa, tenho que dizer que foi maravilhoso conhecer novos amigos blogueiros e outros velhos conhecidos do mundo virtual [né Dani e Fabi?!], e compartilhar com eles de pratos deliciosos na linda cozinha da chef Heloísa, que dividiu com a gente algumas das suas receitas, como essa que eu repasso aqui, tradicional e bem acessível.
PS: as fotos sem o logo d'A Cozinha Coletiva são de autoria do fotógrafo do evento e foram gentilmente cedidas.
Pastel de Bacalhau
[Rende 12 pastéis]
Ingredientes:
1 cebola grande picada em cubinhos;
1 dente de alho picadinho;
500g de lascas de bacalhau limpas e dessalgadas* por 12 horas [o Saithe é perfeito para a receita!];
1 folha de louro;
1/3 de xícara de amido de milho;
1 e 1/2 xícaras de leite;
1/2 xícara de azeitonas pretas em lascas;
1/2 xícara de salsinha e manjericão picadinhos;
Sal, pimeta do reino e azeite;
Massa de pastel comprada pronta;
Óleo para fritar.
Preparo do recheio:
Regue o fundo de uma panela com azeite e doure a cebola. Adicione o alho e espere perfumar. Adicione o bacalhau, mexendo até mudar de cor [ficar cozido]. Acrescente o louro e a pimenta e mantenha em fogo baixo por uns 5 minutos.
Dissolva o amido no leite e junte na panela, mexendo sem parar. Deixe ferver e engrossar.
Adicione as azeitonas, a salsinha e o manjericão. Corrija o sal e a pimenta, retire do fogo e deixe esfriar.
Montagem:
Coloque 1 colher de sopa em casa quadrado de massa de 12cm. Umedeça as bordas com água, dobre a massa e feche, pressionando a beirada com um garfo. Para não ressecar, cubra os pasteis montados até a hora de fritar.
Frite os pastéis de 2 em 2, em óleo quente e dos dois lados, até estufarem e dourarem. Escorra em papel absorvente e sirva quentinho!
Que bela oportunidade..
ResponderExcluir:D deve ser muito enriquecedor conhecer sobre essas coisas com quem entende bastante dos pratos! :D
conheci a pouco tempo seu blog, parabens richard! :D
Richie, apesar de não comer peixe, gostei da receita! Queria também divulgar o blog da minha irmã, tá rolando sorteios comemorativos de aniversário do blog:
ResponderExcluirhttp://anabakana.blogspot.com/
Saudades!
Beijos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito legal o encontro/aula Richie!
ResponderExcluirbjs
Essa receita não deve existir por aqui!
ResponderExcluirhun adoro tudo oq ue leva bacalhau
ResponderExcluirestao uma maravilha estes pasteis
beijinhos
Muito bacana, cheio de informações... Depois de ler o texto e ver as fotos, da vontade de correr pra cozinha!
ResponderExcluirBellissime ricette ☺ ♥
ResponderExcluirRichie
ResponderExcluirQue riqueza de detalhes vc nos trouxe hoje, adoro bacalhau e gostei muito das informações. Bjos
Puxa Richie, esse foi sem dúvida nenhuma o mais tentador de seus posts e também o mais cruel, afinal essas fotos lindas e um pouco da história do bacalhau dão uma vontade louca de comer bolinhos, pasteis, postas e tudo mais que for possível fazer com bacalhau.
ResponderExcluirLugar bacana esse Richie, o bacalhau pode parecer feio mas louco de bom, em forma de bolinho, cozidos, fritos, nas saladas anyway...é loucura, pena que é muito caro e muitas vezes o restringimos, usando somente em datas especiais, amei as fotos,
ResponderExcluirabraços
Paula
Gosto muito de Pastel, principalmente se for de bacalhau ou camarão, e esses Pasteis estão de encher os olhos, e deve estar uma maravilha, vou fazer tomara que de certo!!!
ResponderExcluirParabéns!!!